domingo, 4 de outubro de 2015

Rock In Rio: O Slipknot veio para reinar absoluto



Muito se fala do mainstream do heavy metal atualmente, onde a indagação que mais ferve nas conversas é: quais – ou pelo menos qual – bandas irão carregar o fardo de serem os bastiões para perpetuação do estilo? E, pelo visto, caro leitor, os únicos a terem os requisitos e demonstrarem interesse por tal incumbência são os americanos do Slipknot, o que fora fácil, fácil, provado na noite da última sexta-feira (25) quando de sua apresentação no festival Rock in Rio.

Calor ora intercalado com vento frio, ora intercalado com pingos de chuva; calor ora intercalado com a ansiosidade, ora intercalado com a fúria do público. Déjà vu de um apocalipse? Não! Apenas a ambiência perfeita para o maravilhoso caos sonoro dos caipiras de Iowa.


O prelúdio da maior desgraceira sonora que passou pelo Palco Mundo foi ‘XIX’, e com os dois pés na porta ‘Sarcastrophe’ derruba qualquer devaneio que se pudesse ter de calmaria, visto que banda e público uniram forças para transformar a Cidade do Rock numa bem vinda hecatombe musical.

Quem acompanha a carreira da banda já sabe que ela nunca pisa num palco para fazer uma apresentação daquelas do tipo ‘vamos cumprir tabela’, porque o cheque já compensou. Longe disso, os caras fazem valer cada centavo investido pelo público, com uma produção de palco deveras bacana, onde o próprio capiroto fez questão de ser parte da ornamentação em meio a inúmeras labaredas de fogo. 

A experiência de ter mais de quinze anos de estrada deixa tudo mais fácil para a banda, e esse ‘know-how’ pôde ser facilmente notado na performance avassaladora dos músicos, bem como na composição do repertório aonde temas da qualidade de ‘Psychosocial’, ‘The Devil in I’, ‘People = Shit’, ‘Surfacing’, ‘Wait and Bleed’, ‘Sulfur’, ‘Spit and Out’, ‘The Heretic Anthem’ e ‘Duality’ foram os argumentos necessários para os fãs trazerem à tona o prazeroso purgatório instaurado no festival. 


Como dito anteriormente, os músicos são experientes e técnicos e conseguem, como poucos, proporcionar uma apresentação digna dos maiores baluartes do Rock/Metal, mas vale fazer uma menção honrosa ao vocalista, Corey Taylor. O vocalista possui o que muitos querem e poucos têm: talento e carisma. É o raro caso do artista que está em um nível acima dos de mais. 

Com quase duas horas de show, o Slipknot provou, mais uma vez, para o público brasileiro o porquê de ser o maior expoente do heavy metal mundial da atualidade. Aos que relutam em aceitar tal realidade só lhes resta o lamento e o choro, visto que a maravilhosa desgraça sonora que também atende Slipknot veio para reinar absoluto.

Nota: Fiz essa matéria para o site Território da Música: http://www.territoriodamusica.com/noticias/?c=40411